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O Infinito


Sempre caro me foi este ermo monte 
e esta sebe, que de uma grande parte 
do último horizonte exclui o olhar. 
Mas sentando e mirando intermináveis 
espaços além desta e sobre-humanos 
silêncios de mais profunda quietude
eu com o pensar me invento; e por pouco
o coração não treme. E assim como ouço
zunir o vento pelas plantas, eu
o infinito silêncio a esta voz
vou comparando: e me aportam o eterno
e as estações mortas, e esta, presente
e viva, e o seu soar. Assim entre esta
imensidão se afoga o pensamento
e o naufragar me é doce neste mar.


Tradução de Maurício Santana Dias – Universidade de São Paulo